FEMINISMO NO MAIO DE 68

Foi a partir do Maio de 68 que a sociedade despertou para diversas questões que estavam incomodando. A separação irreconciliável de duas gerações (pais e filhos), os costumes intrínsecos na sociedade e a separação entre conservadores e liberais foi um grito que passou a ser mais alto. Juventude, liberdade e rebeldia nunca foram condições exclusivas da França, e através de transmissões via satélite, literatura, cinema, música pop e da própria insatisfação, a onda de contestação geracional, moral e política se espalhou pelo mundo.

E como o feminismo se insere nisso tudo?

O movimento feminista em si não foi uma das causas para o maio de 68 na França. Não temos tantas mulheres à frente do movimento, lutando especificamente pelos seus direitos. O Maio de 68 fez despertar a igualdade de gênero e o feminismo. O desenvolvimento do feminismo é mais uma consequência do maio de 68, e uma das causas para a sua continuidade. Mas o que se passava na cabeça das mulheres dessa época?

Nos anos 60-80, nós temos a chamada “Segunda onda do feminismo”. Aqui, as mulheres lutam não por direitos civis, como o voto (o que tivemos na Primeira Onda Feminista) mas sim uma contestação sexual. Direito ao próprio corpo, questões relacionadas a gênero e sexualidade, assim como a ideia da mulher apenas como donas de casa, com a satisfação apenas em cuidar dos filhos e do lar. Esta nova observação incendiou o cenário social, especialmente nos EUA, que foi invadido por mulheres que queriam trabalhar, sustentarem-se e serem respeitadas com igualdade e capacidade.

Dessa forma, como primeira geração pós segunda guerra mundial, os jovens não se encaixavam nos moldes conservadores. A velha sociedade balançou por alguns momentos. Ser questionada tão amplamente em um período tão curto, causou uma desacomodação imensa.

Donas de casa e trabalhadoras foram às ruas pelo fim da opressão, misoginia e autoritarismo dominante por parte de seus patrões, pais, e até companheiros. A juventude não seu calou. Se em 1968, na França, houve a certeza de que valia a pena todo o esforço para continuar batalhando, atualmente os motivos só estenderam, ainda que em alguns países tenham havido mudanças.

O que um dia foi realidade, hoje tornou-se história que o mundo precisa absorver. Se na França o grito e o manifesto de cada uma delas significou algo, foi certeza de que ecoaria por todos os cantos e traria a união por um propósito mais que digno de atenção.

Fontes:

https://movimentorevista.com.br/2018/06/da-caca-as-bruxas-ao-maio-de-68-o-corpo-da-mulher-como-terreno-de-luta/

https://francescultural.com/2018/05/31/artigo-40-anos-de-maio-de-68/

https://agenciauva.net/2018/08/02/o-feminismo-em-1968-o-que-foi-e-no-que-se-transformou/

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